sábado, 26 de dezembro de 2009

A Escola das Tartarugas

A Escola das Tartarugas

Muito real e atual hoje, a Escola das Tartarugas tem uma Pedagogia de ensino-aprendizagem baseada no cultivo do silêncio interior, na vivência da paciência diante do sofrimento e na experiência original de fazer do movimento físico, mental e espiritual o fundamento de um comportamento saudável e de bem com a vida, o que traduz, todos esses 3 segmentos da vida moderna, a necessidade do mundo contemporâneo em resolver os seus problemas cotidianos imediatos, perante pois o barulho das sociedades aqui e agora, os limites das doenças e as fronteiras das enfermidades que nos perseguem no momento presente e a tendência de vida sedentária que atormenta hoje muitas pessoas sobretudo os idosos e mais velhos, condicionando de certa maneira algumas moléstias características da ausência de mobilidade tais como o AVC(Acidente Vascular Cerebral), a hipertensão arterial, a má circulação sanguínea, transtornos no coração e demais órgãos, sistemas e aparelhos do corpo humano.
De fato, com o silêncio, ordenamos a nossa mente, disciplinamos a nossa vida racional e emocional e organizamos as nossas idéias e conhecimentos, conquistamos também a paz espiritual indispensável nos instantes atuais, e ficamos bem internamente e em torno de nós, no ambiente vivido diariamente.
Com a paciência, sobremaneira na hora da dor e dos contrários da vida, controlamos os nossos desejos, anseios e paixões, dominamos as nossas aflições, pânicos e desesperos, administramos melhor o nosso corpo e a nossa alma, e regularizamos bem as nossas atividades dentro de casa e nas circunstâncias de trabalho, ou ainda nas situações de conflito na família ou nas adversidades na rua e no supermercado.
Ser paciente nos ajuda a regulamentar o equilíbrio e o bom-senso com que devemos gerenciar todas as coisas.
Com o movimento constante no dia a dia, realizamos maravilhosamente os nossos desejos e satisfazemos bem as nossas necessidades, trabalhamos com mais alegria e fazemos bem todas as coisas, nos animamos para os nossos exercícios cotidianos seja trabalhando, estudando, arrumando o apartamento, fazendo compras no shopping do bairro, almoçando no restaurante da esquina, ou indo à praia e ao cinema com a nossa namorada, ou mesmo passeando com os amigos em alguma viagem ao interior do Brasil.
Assim vivem as tartarugas.
Em seu vai e vem diário e noturno das areias da praia para as águas do oceano, e vice-versa, elas experimentam o silêncio de quem observa atentamente a realidade a sua volta, a paciência de quem caminhando devagar sabe bem o que está fazendo e o movimento permanente de quem gosta de viver e fazer da vida uma dinâmica nômade onde as mudanças são necessárias para sair da rotina e a mobilidade é indispensável para se fugir da paralisia de quem já desistiu da vida e transforma a sua cultura de morte no sentido de sua experiência de todos os dias.
Por isso, as tartarugas vivem muitos anos.
Sua existência tem qualidade de vida.
Sua experiência tem a sabedoria do tempo.
Seu caminhar tem a perfeição da eternidade.
Tal a Pedagogia das Tartarugas.
Indispensável nos dias de hoje.
Necessária diante da confusão e do barulho dos campos e das cidades.
Vital para quem deseja ser livre com os seus e feliz cotidianamente.
Sejamos pois como as tartarugas.
Que assim se protegem contra os perigos do mundo e se defendem das ameaças da sociedade moderna.
As tartarugas na verdade têm o senso de Deus.
Parecem divinas na sua caminhada de todos os dias.
Caminham em silêncio e pacientemente.
Que bacana o mundo das tartarugas!
Com elas, temos muito que aprender.
Aprender a viver.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Fazer Silêncio

No meio do silêncio,
um grito

Hoje, acordei disposto a me calar, a não falar com ninguém, a não soltar a voz em defesa de alguém ou em seu benefício.
Quero silenciar.
Ouvir o que o silêncio tem a me dizer.
Quem sabe os passarinhos cantem para me ensinar que a música é amiga da vida e da arte.
Ou talvez as violetas me manifestem o seu odor de viúvas negras querendo me iluminar com o seu odor de cemitérios ambulantes.
Ou pode ser que os bombons de chocolate que tenho aqui em casa me digam que a realidade precisa de energia capaz de fortalecer os fracos e levantar os deprimidos.
É possível ainda que o bife a rolé com batatas que hoje irei comer me ajude a entender que o silêncio é como os alimentos que gostam de ocupar os nossos espaços vazios na barriga para que não sintamos falta do nada que nos amedronta e das coisas ocas que nos afligem e fazem desesperar.
Ou também pode acontecer que o próprio silêncio igualmente se cale a fim de que as pérolas azuis da nossa consciência nos falem dos compromissos diários que temos e das responsabilidades que não podem estar ausentes do nosso cotidiano.
Ou será que a voz dos que se calam é mais forte que o barulho dos ventos, mais quente que o fogo do sol, mais brilhante que a luz da manhã, mais saudável que o suco de uva que ocupa as ausências do gelo da minha geladeira e perfuma a noite do frio e embeleza com vida as minhas interioridades ardentes que incendeiam como o fogão da cozinha ou as brasas calorosas do verão carioca.
Hoje, quero sentir o silêncio, e tentar descobrir o que ele aqui e agora tem a me dizer.
Irá ele ordenar as minhas idéias que se complicam e se confundem umas com as outras diante dos gritos das ruas e das fofocas dos vizinhos e dos trovões e tempestades que ocorrem nas adjacências dos supermercados aqui perto ?
Pode ocorrer o fato do silêncio gritar dentro das nossas cabeças enlouquecidas pela irrealidade da imaginação ou da irracionalidade dos nossos pensamentos que ainda não surgiram.
Dizem até que calar é mais barulhento que as palavras que saem da nossa boca.
Porque nesse conflito interno e nessa bagunça de símbolos e imagens interiores que se chocam alguém quem sabe decide se manifestar e gritar bem alto que nossas ausências estão pedindo paz, a calma da alma e a tranqüilidade do espírito.
Só sei que há muito tempo tenho escutado o grito do silêncio dentro de mim pedindo-me insistentemente uma chance para sobreviver ou uma oportunidade para expressar a sua voz delirante clamando por vez em nossas vidas de cada dia e de toda noite.
Espero que alguém, não só eu, deixe o silêncio gritar, os vazios do ego se manifestarem e os nadas da existência fazerem o barulho necessário para que todos acordem de seus sonhos metafísicos e abram-se de vez ao discurso dos que se calam para que Deus fale e a vida grite os segredos da realidade e vocifere os mistérios do ser, do pensar e do agir.
Sim, hoje quero escutar o silêncio.
Pode ser que ele descubra algum problema que ainda não percebi, ou me revele que as avenidas da vida estão cheias e cansadas das cargas pesadas dos que não têm tempo para si mesmos, ou talvez mesmo não puderam se encontrar, ou se apagaram da existência através dos pesos da consciência e das contradições diárias que a realidade sempre nos apresenta.
Talvez o silêncio me conte uma história de onde eu possa tirar uma lição de vida.
Ou narre para mim a minha jornada pela Terra até agora e torne a partir de então a minha caminhada dentro da sociedade tão elegante como as passarelas da moda de Paris, de Roma ou de Berlim, ou tão elevada como as montanhas que cercam o Rio de Janeiro, ou tão excelente como as jóias das princesas de Lisboa, ou tão preciosa como as pérolas vermelhas e azuis dos colares e brincos da Rainha da Inglaterra.
Pode ser.
Mas ainda prefiro as minhas ausências do ser, os vazios aquecidos do meu pensamento sempre fértil, fecundo e profundo, ou os nadas nadantes da minha consciência ocupada pelos barulhos das idéias que se criam em mim misturadas com as imagens do meu eu inquieto, instável e inseguro.
Só assim consigo escutar a voz do silêncio e seu grito de liberdade me pedindo uma chance de felicidade e uma oportunidade de saúde mental e bem-estar social, cultural e ambiental.
Decidi.
É deste modo mesmo que eu quero ficar.
Contemplando as minhas carências afetivas e vislumbrando as minhas ausências ocupadas pelo barulho do nada e pelos gritos do vazio.
Então silenciei.
E logo ouvi um grito.
Senti que era o grito de Deus.
Deus tentava sobreviver.
Aí sim acordei.
Acordei escutando o divino em mim.
E fiquei mais humano.
E me achei mais bonito.
E me tornei mais grande.
E virei um gigante.
Nesse silêncio gigante,
me encontrei com Deus.
E dormi.
E descansei em paz.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Fome e sede no deserto da vida

Na hora do deserto

Muitas vezes em nossa vida de cada dia vivemos momentos de deserto, situações de solidão e angústia, tristeza e isolamento, fuga e abandono, medo e aflição, desespero e pânico, dor e sofrimento, fraqueza e desequilíbrio, contrariedade e adversidade, discórdia e antagonismo, transtorno e distúrbio, violência e maldade, conflito e aberração, dificuldade e incompreensão, confusão e complicação...
São circunstâncias desérticas...
Instantes de contradição em nossa realidade cotidiana.
Nessas horas de contraste, parece que Deus vem nos dar a mão e aliviar essa nossa cruz dolorosa, esse nosso vazio espiritual e esse nosso nada existencial, as dúvidas e as incertezas que aí então aparecem.
Ou então o Senhor Deus coloca em nossas vidas, nesses instantes de risco e de morte, pessoas ou atividades que possam diminuir as nossas tensões psicológicas e ideológicas e enfraquecer as nossas pressões físicas e mentais, materiais e espirituais, alguém que resolva os nossos problemas e solucione os nossos questionamentos constantes ou provisórios, sempre nos apresentando um jeito novo e uma maneira diferente de consertar essas instabilidades emocionais, destruir essas barreiras do corpo, da mente e do espírito, derrubar esses obstáculos conscientes ou não, reais ou irreais, racionais ou irracionais, que impedem a nossa auto-superação, a ultrapassagem desses empecilhos diários e noturnos, e a transcendência desses limites transitórios ou dessas fronteiras permanentes.
Deus, o Senhor da Vida, então, nessas horas difíceis e quase impossíveis de se viver e existir, nos dá variados remédios que curem essas moléstias da mente e da alma, diversos curativos capazes de estragar essas enfermidades e patologias quase incuráveis, salvando-nos assim dos perigos da morte e dos riscos do sofrimento que nesse tempo sempre nos atingem e ameaçam, libertando-nos pois dessas doenças sem animação, sem solução aparente e sem resposta segura e agradável para essas horas de dor intensa, funda e profunda, como se nesse deserto de rejeições e contraposições cotidianas necessitássemos de um oásis para refrescar a nossa cabeça, banhar o nosso corpo e lavar a nossa alma.
Esses remédios são quase sempre as mulheres da nossa vida, os amigos que encontramos no caminho, a família que nos acolhe, os colegas de trabalho que nos incentivam, os conhecidos da rua e do supermercado que sempre nos motivam para novas ações cheias de esperança, os alunos da escola, os doentes do hospital, nossa mãe e nosso pai, a filosofia de vida que cada qual assume em seu dia a dia, a ideologia política e o partido que a valoriza, o poder que muitas vezes temos na mão e que decide nossas posturas pessoais e as nossas funções sociais, o cargo que adquirimos no emprego, o sexo que fazemos com uma garota, o dinheiro que garante as nossas necessidades, as idéias que criamos e os conhecimentos que produzimos, os sentimentos que abraçamos a cada dia, as atitudes corretas e plenas de transparência ética e espiritual, os valores morais e religiosos que abarcamos em todos os momentos, a música e a arte em geral, o modo científico de viver, e assim por diante.
São esses os remédios vitais que Deus se utiliza para nos tirar do deserto, aliviar as nossas dores e nos socorrer em nossas necessidades.
Deus, porém, é a maior e melhor solução nessas horas contraditórias.
O Remédio preciso.
A Resposta que não deixa dúvidas.
O nosso Médico da vida.
Médico necessário.
Sem Ele, o deserto não vai embora.
Com Ele, a vida não é dura.
Nele, o remédio mais urgente, vital e importante nessas horas duras, sérias, graves e difíceis.
Então, surge Deus.
De que mais precisamos.
Ele é o Tudo e o Todo.
Nada mais é necessário.
Só Ele nos basta!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Internet

A Essência da Internet

Como um território comum onde todos se encontram ou a interseção de redes a partir da qual todos interagem e se comunicam, produzindo conteúdos diversos de conhecimento e entretenimento e compartilhando-os uns com os outros, de maneira livre e democrática até certo ponto, eis a internet, que como uma teia virtual conecta em si os computadores do mundo inteiro a ela interligados por meio de um sinal de acesso a esse mundo de cooperações mútuas e de colaborações recíprocas, relativamente autônomo e interdependente cujos intercâmbios culturais e sociais a convertem em um sistema integrado de idéias, sentimentos e realidades pertencentes a todos e cada um dos que se mantêm antenados com as suas operações eletronicamente tornadas disponíveis para nós, os internautas.
Nela, como disse, produz-se conteúdo, que, ao mesmo tempo, é reproduzido, repartido, distribuído e compartilhado com outros conectados ao mesmo canal de acessos múltiplos e variados, polivalentes e plurais, permitindo o crescimento intelectual da maioria conectada, o progresso mental, físico e espiritual de quase todos os envolvidos, a evolução na matéria e no espírito de cada membro dessa comunidade digital, e o desenvolvimento social e cultural, político e econômico desses interessados em novidades que provocam mudanças e em movimentos que fazem a diferença na relação comum de pessoas, grupos e indivíduos que se deixam levar pelas ondas cibernéticas desse universo cibercultural.
Talvez seja essa a essência da internet e seu mundo de novas tendências que se multiplicam e diferentes possibilidades que se enriquecem, levando perfeição e excelência a todas as populações conectas 24 horas por dia.
Esse o sentido de uma rede que só cresce em interatividade.
Essa a razão dessa teia de atitudes e relacionamentos compartilhados.
Esse o lugar-comum de quem faz do conhecimento e do entretenimento em forma de textos e fotos, áudios e vídeos, um meio de comunicação de povos cuja dignidade é comparada com a qualidade das gentes que acessam esse ambiente de conectividades convergentes, concordantes, boas e pacíficas, ainda que os criminosos e os piratas cibernéticos existam, mesmo com a mistura de pornografia e pedofilia junto aos conteúdos bem produzidos, de qualidade incomparável, de excelência que ninguém ousa questionar e de perfeição que qualquer um não deseja discutir.
Assim é a internet.
Uma terra comum a todos.
Nela, a liberdade é relativa todavia a felicidade é absoluta.
Talvez o maior e melhor presente que Deus ofereceu à humanidade nesses últimos tempos.
Um presente de ouro.
Hoje, o nosso grande tesouro.
Tesouro humano e divino.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Lulismo

Lulismo,
Uma Política Alternativa ?

No cenário político brasileiro atual, aqui e agora, tem se destacado uma filosofia de vida regrada por pensamentos inovadores, sentimentos cordiais, fraternos e solidários e comportamentos que manifestam luta, esforço e empenho em favor dos trabalhadores do Brasil, da América Latina e do mundo inteiro.
É o chamado Lulismo.
Centralizado no Presidente da República do Brasil Luís Inácio Lula da Silva, torneiro mecânico de profissão, e em seu partido o PT, o Lulismo criou um ambiente diferente de justiça social e libertação nacional em terras brasileiras, uma nova cultura social, política e trabalhista, um clima de esperança no meio da realidade cotidiana do povo brasileiro, que encontra em Lula um grande Advogado dos pobres e menos favorecidos e Defensor dos lutadores e trabalhadores do mundo todo, um bom Articulador da convergência político-partidária, um ótimo Negociador dos problemas nacionais e internacionais, um Promotor de alianças entre grupos e partidos diferentes e divergentes, um Manipulador de opinião cujo discurso revela sua preferência pelo ponto de vista pessoal, uma visão de mundo e de realidade mais personalizada e individualizada, um olhar sobre os acontecimentos sempre crítico e dialético ao mesmo tempo, uma interpretação sobre os seres e as coisas conforme aos desejos das minorias(negros, índios, homossexuais, mulheres, microempresários), à força dos sindicatos, aos direitos das associações de moradores e trabalhadores locais, regionais e globais, um Sonhador e Realista simultâneo que projeta o futuro do Brasil com base na infra-estrutura social, política, econômica e cultural existente em nosso país de hoje, um Investidor Social e um Alto Empreendedor do crescimento de empresas nacionais tais como o Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobrás(futura exploração da camada pré-sal no litoral brasileiro) e a Companhia Vale do Rio Doce, o Inventor do PAC(Programa de Aceleração do Crescimento), do Fome Zero, do Bolsa-Família, da constante valorização do salário mínimo, do revigoramento do INSS, de uma nova política de aposentadoria para pensionistas e aposentados desse mesmo INSS, da política crescente de alta dos juros do mercado, do controle permanente da inflação, de uma nova política econômica orçamentária onde o trabalho vale mais que o capital, a pessoa humana tem seus direitos a serem defendidos e preservados, buscando sempre recuperar o poder de compra do brasileiro, resgatando sua cidadania e seus direitos políticos e civis, Genitor de projetos de lei e de medidas provisórias que visam sempre a saúde e o bem-estar da sociedade brasileira, Gerador de reformas tributárias, políticas, jurídicas, sociais, culturais, econômicas e orçamentárias, Criador de boas tendências e novas possibilidades para os pobres e trabalhadores brasileiros, sejam eles ou elas jovens, pais ou mães de família, aposentados e pensionistas, ativos e inativos, Produtor de bons e novos horizontes para os velhinhos da Terceira Idade com o Estatuto do Idoso, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o incremento da Juventude Universitária oferecendo créditos e benefícios à UNE, às UEEs, ao Ensino Médio e Fundamental,
criando o PDE(Plano Nacional de Educação), o IDEB(Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico), o ENEM(Exame Nacional do Ensino Médio), incentivando as Faculdades e Universidades, os Centros de Pesquisa Científica e Tecnológica, o CAPES e o CNPq, dando mais verbas para a Saúde e a Educação, gigantesco Líder e Estadista junto às comunidades internacionais das Américas do Sul e do Norte, da União Européia, da Ásia e da África, levando os interesses brasileiros ao diálogo MERCOSUL, ONU e UNESCO, OMC, negociando o etanol e os bio-combustíveis com George Bush dos Estados Unidos, visitando os BRIC(Rússia, Índia e China) estabelecendo então relações e intercâmbios culturais e conômicos, políticos e sociais, científicos e tecnológicos, animando permanentemente a Rodade de Doha e o bom relacionamento entre os países ricos e pobres, emergentes e desenvolvidos, pedindo mais ajuda aos famintos, pobres e miseráveis da Ásia e da África e do mundo inteiro, respeitando a Soberania e Autonomia de cada Nação, mostrando a importância da mútua ajuda, interdependência de povos e culturas, recíproca necessidade de interação e desenvolvimento de novas oportunidades de emprego e trabalho, novas capacidades de gerenciamento das políticas públicas nacionais e mundiais, novas possibilidades de compartilhamento de idéias e conhecimentos, vivências e experiências entre os indivíduos, grupos, sociedades e comunidades, enfim, o LULISMO está na cabeça do povo brasileiro, na filosofia de vida de cada trabalhador, no modo de vida de todo cidadão ou cidadã deste país, na imagem do Brasil que todos têm dentro e fora dessa Região Natural Continental que abriga a Amazônia e o Planalto Central, as Serras do Mar e da Mantiqueira, do Chuí ao Oiapoque, a riqueza ambiental, natural e ecológica de todas as suas áreas e territórios do Sul e do Norte, do Sudeste, do Nordeste e do Centro-Oeste, o poder econômico e financeiro de São Paulo, o imenso repertório cultural do Rio de Janeiro, as riquezas agro-pecuárias e minerais de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, as cheias e as secas do Nordeste, a miscegenação de raças e culturas do Sul do Brasil e do Sudeste em particular com a imigração européia histórica e tradicional e a grande migração dos campos e do interior para as grandes cidades e capitais, a força do real perante o dólar e o euro, o potencial de importações e exportações de produtos, mercadorias e serviços, o carinho e a amizade da população brasileira, e assim por diante.
De fato, o LULISMO, apesar de seus opositores, inimigos e adversários, e falsos amigos, é uma esperança nacional, quem sabe uma porta aberta a novas condições de liberdade e felicidade, alegria e contentamento para os amigos do Brasil, que moram e trabalham ou não aqui e agora, uma nova estrada de possibilidades que possam gerar para todos e cada um dos brasileiros e estrangeiros um novo ambiente de ar puro e de cultura do bem e da paz, do amor e da vida, em que se viva uma nova e boa vida de justiça e fraternidade universal, generosidade e solidariedade entre os povos, de alto astral e auto-estima elevada, de otimismo e pensamento positivo, de juizo e bom-senso, de respeito interpessoal e de responsabilidade social, cultural e ambiental, de ordem com direito e respeito, a partir de que se produza uma outra, boa, nova e diferente sociedade mundial, uma humanidade mais feliz e verdadeiramente livre.
Que Deus, o Senhor, abençôe o LULISMO.
Seu projeto para 2010, com a eleição de sua candidata ao Planalto Dilma Rousseff, até 2014, é sem dúvida manter essa política de valorização do trabalhador brasileiro e das classes mais pobres e menos favorecidas, sem esquecer jamais o respeito a todos e cada um dos cidadãos nacionais e estrangeiros, sempre visando o progresso do Brasil e o bem-estar de todos os povos e a saúde positiva de todas as nações sejam elas européias ou latino-americanas, africanas ou asiáticas.
O LULISMO está na moda, na cabeça de cada cidadão brasileiro ou estrangeiro que mora ou trabalha aqui ou não, neles conservando a esperança de um presente e futuro melhor para a humanidade, a começar do Brasil, referência mundial do otimismo que sustenta o desenvolvimento, da alegria que mantém a verdadeira evolução e do sorriso no rosto capaz de tornar possível o crescimento do país, dentro e fora de suas regiões históricas e geográficas, no mundo inteiro.
Com o LULISMO, o Planeta Brasil se tornou uma realidade.
Que essa realidade seja sempre renovadora de culturas e mentalidades diferentes e libertadora das prisões sociais, biológicas e psicológicas que ainda escravizam a maioria do povo brasileiro e estrangeiro.
Porque o LULA não é só do Brasil.
É do mundo inteiro.
Eis o que dizem a mídia e a imprensa nacional e internacional.
LULA, um cidadão de todos.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Imaginação

O Poder da Imaginação
O Complexo Imaginário e
seu fluxo criador de imagens

1) A Imagem e seu Poder de Influência

Eu e os outros mantemos um relacionamento baseado em construção de imagens, que se originam a partir do poder de influência exercido por nós, pelo meu eu e pelos outros eus dos outros, resultando assim em uma interatividade, interdependência, compartilhamento de idéias e imagens, valores e intenções, símbolos e interesses, razões e experiências, teorias e práticas, emoções e atividades, exercícios mentais e concretos.
Dependemos uns dos outros.
Interagimos e compartilhamos interesses.
Em função desta realidade da experiência cotidiana, adquirimos com o tempo, de acordo com o momento, sob determinações da vivência temporal e histórica, conforme o lugar social e cultural, político e econômico, moral e religioso, em que nos inserimos, novas imagens sobre nós mesmos, criando, desde então, preconceitos e superstições, ideais e ideologias, teorias e discursos que vão afetar decisivamente nosso comportamento perante a sociedade onde nos encontramos neste mundo em que vivemos.
Nós somos eu e os outros.
Temos uma imagem sobre nós mesmos.
Eu sou assim, nós somos deste modo, os outros são daquela maneira.
Todos e cada um então constróem seus próprios mundos internos e externos, seus universos interiores e exteriores.
Somos imagem.
Nos imaginamos.
Nos representamos diante da sociedade, perante a mim e aos outros.
A Força desta imagem define o grau, o valor e o poder de influência que podemos apresentar socialmente.
Eu me imagino e imagino os outros.
Os outros se imaginam a si mesmos e imaginam a mim também, o que eu posso ser, o que eu represento para eles, qual o meu reflexo em sociedade.
A Imagem em si só pode existir a partir de uma relação: eu com os outros, eu comigo próprio, os outros comigo e os outros com eles mesmos.
Observa-se assim que a imagem é produto de uma relação necessária, resultado de uma situação real ou ideal interativa, consequência de circunstâncias sociais determinadas interdependentes, efeito de condições gerais e específicas cotidianas que compartilham símbolos, valores e interesses iguais ou diferentes.
Surge deste modo o poder de influência que podemos realmente exercer em sociedade, determinando e sendo determinados pela vida dos outros, condicionando pensamentos, sentimentos e comportamentos uns sobre os outros, definindo regras de conduta, estilos de moda, boas ou más atitudes, ótimas ou péssimas ações.
Neste momento, a ética ou a moralidade social entram em ação, chamando-nos à responsabilidade individual e coletiva, ao respeito pessoal, social e ambiental, às boas virtudes que devemos abraçar, ignorando e rejeitando de fato a violência e a maldade que possam então nos contaminar.
Eis pois o processo real, histórico e atual de construção da nossa imagem, seu valor, poder e importância diante da sociedade em que nos encontramos.

2) O Gerador de Imagens

Diariamente, estamos construindo imagens sobre nós mesmos e sobre os outros, dentro da realidade – quando experimentamos o cotidiano da nossa vida – ou fora da realidade – quando mergulhamos em sonhos, ilusões e fantasias, possuídos pelo poder da imaginação que então nos aprisiona e escraviza total ou parcialmente determinando uma relação de dependência, muitas vezes doentia, entre o meu ego e a minha inconsciência irreal e irracional.
Com efeito, as imagens – representações mentais – são fenômenos da consciência, ou acontecem na consciência em si, de si e para si, dentro de si e fora de si. Tais ocorrências racionais ou irracionais, reais ou irreais, conscientes ou inconscientes, caracterizam e manifestam o poder da imaginação humana, seu complexo imaginário fértil e de inúmeras possibilidades, e seu fluxo permanente de criação de imagens, as quais se identificam muitas vezes ora com o sujeito ora com o objeto, a consciência e/ou a experiência, o pensamento e/ou o acontecimento, a ação e/ou a representação, definindo assim “o motor de imagens”que funciona dentro da natureza do homem e da mulher cotidianamente. Na verdade, essas imagens construidas no meu ego se referem a uma variedade de fatos, reais e atuais, temporais e históricos, ou de modo diferente se relacionam com o meu mundo incrível, fantástico e extraordinário, muitas vezes louco e demente, visto que se isola e se aliena então da realidade do dia a dia da nossa vida em sociedade dentro deste mundo em que vivemos no presente momento. Desde agora, podemos observar que o mergulho ou não na estrutura caótica, indefinida e indeterminada da realidade da experiência cotidiana vai definir os nossos conceitos de imagem, sua função na nossa existência e a boa ou má qualidade de vida que podemos usufruir a partir pois das imagens ou representações mentais que temos de nós mesmos e dos outros, do meu ego e dos objetos que me cercam, do ambiente em que vivo e dos conhecimentos que adquiro constantemente, das informações que recebo dos meios de comunicação social e das manifestações concretas que visualizo quando em contato com os fatos históricos e os acontecimentos temporais do dia a dia. Nota-se ainda que uma imagem gerada revela o grau de relações e relacionamentos que mantenho e estabeleço diariamente e também o nível de estado de vida que experimento durante o dia e a noite sempre em condições que ora se vêem reais ou irrais, racionais ou irracionais, conscientes ou inconscientes. Outrossim, as intencionalidades humanas e seus interesses em jogo refletem a qualidade e a quantidade de imagens ou representações mentais que possuimos dentro de nossa ‘experiência mental”. Somos imagens.

3. O Trabalho da Memória

O Papel da memória no cérebro humano é guardar as imagens criadas diariamente, as quais se identificam com textos, fotos, músicas e vídeos, todas arquivadas nela, armazenadas em seu contexto condicionador de repetições consecutivas, transitórias e permanentes, ou seja, memoriza-se no interior do homem e da mulher todos os dados ou informações criadas, captadas, abstraidas e apreendidas pela sua consciência, de acordo com os seus interesses subjetivos.
As imagens ou informações geradas instalam-se na memória humana por meio de contínuos repetecos, os quais vão se adaptando e condicionando paulatinamente em seu mundo interior até que fiquem solidamente consolidadas nesse ambiente memorizador, arquivador de conteúdos e armazenador de conhecimentos. Deste modo, as imagens que se produzem não se perdem nem são apagadas desse universo interno cujas adjacências cooperam para tal arquivamento e cujo meio-ambiente memorial ajuda no mesmo armazenamento de dados. Esse pois o papel, a função e o sentido da memória dentro da natureza humana.

4. Representações Mentais

Podemos definir imagem como sendo uma figura, um símbolo ou uma representação mental de alguma coisa ou fato dentro da consciência humana. Esse fenômeno que ocorre na consciência e que chamamos de imagem pode ser uma letra ou um número, uma palavra ou uma frase, uma idéia ou um símbolo, um texto falado, ouvido ou escrito, uma foto que se vê, uma música que se escuta ou um filme que se observa. Esse olhar interno observador visualiza essas imagens transformando-as em representações mentais que faço de mim mesmo ou das outras pessoas, da realidade cotidiana ou dos fatos e acontecimentos do dia a dia, dos seres e das coisas, do sujeito que imagina e se imagina ou do objeto observado e imaginado. Tal ambiente de interatividade e compartilhamento de observações diversas e perspectivas diferentes, constituem e produzem, e desenvolvem, a imagem, objeto que imagino mentalmente. Imaginando esses objetos mentais dou origem à imagem, que se refere a mim, ou se relaciona com os outros, dentro ou fora da realidade em si, de si e para si. Assim pois é possível afirmar que imagem é uma realidade para mim, e eu sou uma realidade para essa imagem com a qual mantenho contato nesse momento, observando os caracteres que a definem. De fato, tal interação entre eu e o objeto mental, que chamo de imagem, determina uma terceira realidade ou imagem relacional, fruto do contágio imaginário que se estabelece entre o meu ego e a figura imaginada. Por conseguinte, temos 3 realidades que trabalham e cooperam mutuamente na produção da imagem: o meu eu, a coisa que imagino ou mentalizo e o estado de relação ou relacionamento existente entre todos nós. Dessa comunhão e participação dessas 3 realidades interiores ao sujeito humano nasce o conceito de imagem ou representação mental.

5. A Linguagem e suas
manifestações simbólicas e imaginárias

Símbolo, imagem e linguagem trabalham juntos construindo o discurso humano e seus fenômenos transcendentais, imanentes e transcendentes. Cooperam entre si, interagem uns com os outros, compartilham de seus universos próprios elaborando paulatinamente a racionalidade, a intencionalidade e a realidade da existência e da experiência temporal e histórica, real e atual, do homem e da mulher, que deste modo tornam-se agentes transformadores de seu contexto local, regional e global, de seu ambiente físico e geográfico, renovando pois culturas e mentalidades, e libertando e libertando-se de suas prisões ideológicas e escravidões psicológicas, abrindo-se então à superação de si mesmos, destruindo as barreiras dos preconceitos e os obstáculos das superstições, criando assim as condições de possibilidade para um presente e futuro melhor para a humanidade, com saúde pessoal e bem-estar social e coletivo, com mais fraternidade e solidariedade, gerando portanto uma sociedade humana de bem com a vida, mais ordeira, pacífica e organizada. Por conseguinte, a tarefa dos símbolos e a função das imagens na produção da linguagem humana propicia frutos e consequências resgatadoras da sua verdadeira dignidade, aprimorando seu caráter individual e aperfeiçoando sua personalidade hoje em dia cada vez mais plural e universal, global e integral. De fato, símbolos, imagens e linguagens produzem um homem e uma mulher melhores, livres e felizes, quando é claro caminham unidos com o bem que se faz e a paz que se vive. Em tal processo libertador, certamente Deus, o Senhor, deve ocupar um tempo e um espaço, ter voz e vez, a fim de que a sociedade, a cultura, a política e a economia desempenhem bem suas vocações temporais, gerando então igualmente efeitos positivos e otimistas para toda a eternidade.

6. O Movimento Construtor da Linguagem

O Processo gerador da comunicação se dá com a participação do comunicador, a linguagem do comunicador e o ouvinte, o agente receptor da comunicação. Paea isto, contribuem eficazmente os meios de comunicação social, tais como: o rádio, a televisão, o computador(internet, informática), os livros, jornais e revistas, o CD, o DVD, o telefone celular, mensagens de cartas, ou seja, mensagens ou linguagens de texto, áudio e vídeo, som e imagem, música e cinema, e o teatro também.
A linguagem ou mensagem de comunicação articula o comunicador com seu ouvinte, através sobretudo dos sentidos humanos, como por exemplo a voz, os olhos e os ouvidos.
A Intencionalidade é outro fator importante da comunicação, que usa a consciência humana, a fim de relacionar suas causas com seus efeitos, acrescentando então o bem ou o mal, a boa moral ou os maus costumes, que influenciam o resultado do movimento articulador da comunicação identificado com o pensamento, sentimento e comportamento das pessoas envolvidas com tal processo comunicador.
A interatividade, a reciprocidade, a relação mútua entre falante e ouvinte favorecem a boa comunucação e suas consequências vitais.
Comunicar-se faz bem à saúde.

7. A Luz e a Força
das Palavras

Palavras significam idéias,
Palavras representam coisas,
Palavras são feitas de símbolos,
Palavras traduzem emoções,
Palavras refletem valores,
Palavras identificam vivências.

Palavras são canais de comunicação,
ferramentas de interação,
instrumentos de participação, que ligam, relacionam ou fazem a ponte entre eu e o outro.

Palavras podem iluminar e fortalecer,
ou podem matar e destruir.
Portanto, as palavras podem ser boas ou más,
de paz ou violência,
de construção ou destruição.
Bondade ou maldade são valores da consciência humana,
são intenções da pessoa humana,
são práticas de indivíduos ou grupos humanos que vivem e convivem em sociedade.
Logo, as palavras reproduzem o homem e a mulher, e seus vícios e virtudes.
Abençoam ou amaldiçoam,
como também podem bendizer e glorificar a Deus, o Senhor.

Por isso, cuide de sua língua,
zele por sua língua,
administre a sua língua.
Ela é a sua vida ou a sua morte,
o seu bem ou o seu mal,
a sua construção ou a sua destruição.

Salve-se quem puder!

8. Estigmas
Idéias Aberrantes

Estigmas são marcas registradas em forma de idéias, símbolos, valores e palavras, que atingem a consciência humana, desviando comportamentos, deturpando a linguagem e causando erros, falsidades e aberrações na compreensão da verdadeira identidade da pessoa humana.
Essas marcas registradas na consciência da pessoa humana atuam como sofismas, mentiras ou aberrações que maculam, corrompem e destróem a identidade, o caráter, a personalidade e todas as características que representam verdadeiramente o indivíduo, grupos ou comunidades humanas.
Tais aberrações ignoram a verdade, excluem sua autenticidade e sujam e mancham os caracteres próprios do sujeito ou pessoa que vive e convive na sociedade humana.
Portanto, estigmatizar significa desviar, aberracionar, corromper e destruir a verdadeira identidade da pessoa humana.
Digamos “não” aos estigmas.
Sejamos verdadeiros e amigos da verdade.
Contrariemos os apelidos, as palavras sujas, as idéias falsas - estigmas atuais da sociedade humana.
Nos nossos relacionamentos, interações e linguagens inter-comunicativas usemos a pureza da linguagem, a limpidez das palavras, a autenticidade das idéias, a verdade de valores e vivências que correspondam à real, verdadeira e autêntica identidade da pessoa humana, sua insofismática realidade original.
Sejamos insofismáticos, verdadeiros, autênticos em nossas relações humanas, sociais, naturais e culturais.

9. A Natureza do Símbolo

Símbolo é uma representação textual, sonora ou visual que ocorre na mente humana, ou seja, um fenômeno da consciência, cujo acontecimento realiza a conexão simbólica com uma idéia, uma palavra, frase, teoria ou ideologia.
Como representação mental, o símbolo é uma ocorrência relacional, porque reflete algum significado no interior da inteligência humana.
Portanto, símbolo é o significante que traduz algum significado
É também um fenômeno situacional, pois remete a alguma situação, cuja referência é dada na linguagem de comunicação, onde o emissor se conecta com o receptor.
Igualmente é um acontecimento circunstancial, visto que se acha existente e insistentemente presente no cotidiano das pessoas, no dia-a-dia dos trabalhadores masculinos e femininos.
Outrossim, trata-se de uma referência condicional, já que nele, por ele e para ele, e a partir dele, se concretiza todo o processo interlocutor de comunicação.
Por conseguinte, a função do símbolo é permitir a boa comunicação, refletir como significante o significado das palavras ou mensagens, traduzir o ótimo relacionamento que deve existir entre o falante e o ouvinte, o autor e o leitor, o escritor e o receptor, o cantor musical e o povo que o escuta.
Na verdade, o símbolo é humano, natural e cultural, e pode servir aos humanos e a Deus, o Senhor, cuja linguagem divina também se expressa através de símbolos.
Façamos dos símbolos um motivo para fazer o bem e construir a paz no meio de nós.
Ex: a) letra(a,b,c,d,e,f...)
b) número(1,2,3,4,5,6...)
c) códigos
d) gestos
e) sinais
f) texto
g) fotos
h) sons
i) imagens
j) figuras

10. O Ambiente Imaginário
A Consciência em si, de si e para si,
dentro de si e fora de si

O Mundo das imagens, seu tempo, momento e lugar na consciência humana se identifica com os fenômenos mentais constituidores de sua essência e aparência, sentido e significado, os quais designamos como idéias, símbolos, valores, intenções, interesses, vivências, representações racionais ou irracionais, conscientes ou inconscientes das experiências humanas naturais e culturais, configurando assim o ambiente de imagens ou imaginário onde acontecem os “fatos mentais”. Tal espaço imaginário acha-se presente, insistente e existente dentro e fora da racionalidade do homem e da mulher, definindo-se como realidade consciente ou irrealidade inconsciente, quando então os fenômenos da mente têm uma relação direta com a consciência – consciência de si: a consciência de si mesma; a consciência em si: a consciência dentro de si mesma; e a consciência para si: a consciência reflexiva, voltada para si própria.

11. A Linguagem da Imagem
e seu universo de discurso

A Representação mental da realidade interna e externa do ser humano em geral reflete positivamente a linguagem da imagem e seu universo de discurso.
Representar então significa interpretar o real interior e exterior, dar-lhe um sentido racional, compreendê-lo, entendê-lo por meio de símbolos, transformar esses símbolos em idéias, apreendê-las ou abstrai-las, e arquivá-las ou armazená-las, memorizando seus significados e seus significantes, enfim, produzindo imagens. Tal é a linguagem da imagem cujo universo é o discurso da representação ou interpretação da realidade que se oferece à minha consciência, tornando-se realidade em mim, realidade de mim e realidade para mim, realidade dentro e fora de mim. Observa-se desse modo que a imaginação humana tem o poder insubstituível de interpretar ou representar mentalmente a realidade que se dá a mim, abarcando-a em si mesma, “imaginando-a” ou transformando-a em imagem. Esse processo abstraidor ou apreendedor de imagens, sua maneira de interpretá-las ou representá-las, caracteriza o mundo imaginário, seu universo de discurso e de linguagem simbólica.

12. A Imaginação e seu contexto
fértil gerador de novas realidades simbólicas

Uma das propriedades da imaginação humana é sua capacidade de construir novas realidades simbólicas, representando ou interpretando pois o seu mundo interno e o universo exterior que o cerca. Tal é o poder da imaginação. Ela gera novas tendências imaginárias e novas possibilidades de imagens, que refletem os “acontecimentos mentais” vindos de dentro ou de fora da consciência, produzindo assim um ambiente propício à obtenção do conhecimento verdadeiramente possível, a partir de um contexto racional ou irracional, real ou irreal, onde se criam os fenômenos da mente. Assim nascem os símbolos e as imagens, as idéias e as vivências, as intenções e os interesses da racionalidade humana.

13. Ser e Pensar,
Sentir e Agir,
Viver e Existir
Tudo é Imagem
Somos uma construção permanente de imagens

Sou o que imagino ser.
Penso o que imagino pensar.
Sinto o que imagino sentir.
A Imaginação caminha ligada ao meu ser, meu pensar, meu sentir, meu agir, meu viver e meu existir.
Imagino-me sendo, pensando, sentindo, agindo, vivendo e existindo.
Sou imagem.
Sou uma imagem em permanente construção.
Imagino o meu eu e quem somos nós.
Imagino a minha realidade e a minha racionalidade.
Imagino os meus pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Sou imaginação viva, real e atual.
Sou gerado por mim mesmo.
Sou criado por minhas representações mentais.
Sou produzido por minhas próprias imagens.
Sou construido a partir das imagens dentro de mim mesmo, que me fazem ser e pensar, sentir e agir, viver e existir.
Tudo é imagem.
Todos são produtos da imaginação.
A Realidade cotidiana é imaginada para ser vivida e praticada.
Meus atos surgem de imagens que entendo, compreendo e mentalizo, racionalizando assim a experiência real diária.
Da qualidade de nossas imagens dependem nossos bons ou maus comportamentos.
A Realidade é imaginação.
Ou seja, minhas atitudes precisam da racionalização, mentalização, compreensão, entendimento e conscientização das imagens que surgem dentro de mim como fenômenos ou representações mentais.
A Imaginação é o acontecimento mais fundamental da minha vida.

14. O Contínuo processo de
produção de imagens

Em todas as nossas atividades físicas, operações mentais e exercícios espirituais estamos sempre gerando imagens sobre nós mesmos e sobre os outros, sobre a realidade que nos cerca, sobre o ambiente que nos rodeia, sobre os seres e as coisas com que mantemos contato, sobre os nossos relacionamentos diários, dentro e fora da família, do trabalho, da escola, da igreja, do hospital, do supermercado, do botequim, da farmácia, da padaria, da rua, enfim, sobre tudo e todos, que possam refletir nossas representações mentais, revelar nossa identidade consciente ou inconsciente, racional ou irracional, real ou irreal.
Produzir imagens, portanto, é uma vocação da natureza humana. Com elas, constrói a sua vida, forma a sua opinião, informa-se acerca dos acontecimentos do dia a dia, cria novas e diferentes idéias, almeja por grandes ideais, gera seus pensamentos, produz diversos conhecimentos, pode discernir o bem e o mal, optar pela paz e ignorar a violência, abraçar a fraternidade e a solidariedade, excluir de sua existência a cultura da morte e da maldade, e a mentalidade de divisão e marginalização social.
Sem elas, não somos, não pensamos, não sentimos, não vivemos, não existimos.

15. Auto-Imagem
A Construção da imagem de si mesmo

Fatores internos e externos contribuem efetivamente para a construção da imagem de si mesmo.
Dentre esses fatores, podemos citar a educação familiar recebida, a formação cultural obtida, o conjunto de valores, intenções e interesses apreendidos e vividos, o repertório de ideologias abstraidas, o complexo biológico, psicológico e sociológico que se vivencia e experimenta, a ética praticada, a espiritualidade abraçada, o fluxo de idéias e conhecimentos desenvolvidos, a genética mental e corporal, orgânica e fisiológica, somática e psíquica observada, o ambiente natural e cultural no qual se encontra, os ideais sociais, políticos e econômicos abarcados, a sua filosofia de vida, os seus relacionamentos, interatividades e compartilhamento de atitudes, as condições e relações de vida e trabalho, saúde e educação, a existência baseada em situações adversas e em circunstâncias contraditórias, a experiência real cotidiana, o tempo e a história passada, presente e futura consumidos até hoje, a sua visão de Deus, de homem e de mulher, de mundo e de sociedade então assumida, o seu compromisso responsável ou não, consciente ou não, com as pessoas ao seu redor, o estado de saúde em que encontra, enfim, tudo isso define o que eu sou e quem eu sou, determina meus pensamentos, sentimentos e comportamentos, condiciona meus desejos e necessidades, constrói de fato a imagem simbólica que eu tenho de mim mesmo. Assim se fazem minhas representações mentais, minha ética comportamental, minhas ações e paixões, minhas dores e amores, meus trabalhos e sofrimentos. Eis pois a minha identidade, seus fundamentos, limites, tendências e possibilidades. Tal é a minha Auto-Imagem.

16. Sujeito e Objeto
Relações Binômicas e Biunívocas

As relações de imagem sujeito-objeto, sujeito-sujeito e objeto-objeto traduzem certamente a estrutura simbólica de representações mentais próprias da racionalidade humana.
Como fenômenos da consciência pensante, esses símbolos e imagens refletem o estado de transcendentalidade da existência humana, naturalmente racional e culturalmente experimental. Nessa interdependência subjetiva-objetiva, em tal interatividade de relações e no mesmo compartilhamento de tempos e lugares, produz-se a imaginação do homem e da mulher e seu poder de representar a realidade cotidiana familiar, do trabalho, da escola, do hospital, da rua, enfim, de todo o conjunto da experiência real e atual, temporal e histórica. Outrossim, urge afirmar que a imaginação humana, ao produzir essas representações mentais, simbólicas e imaginárias, atua como agente intermediário, intercessor e interventor, possibilitando o relacionamento entre sujeito e objeto, sujeito e sujeito e objeto e objeto. Em outras palavras, quando o sujeito ativo abstrai o objeto passivo ele gera uma imagem de apreensão dentro de si mesmo, o que significa praticamente a transformação do fenômeno real em fenômeno transcendental, ou seja, na consciência a imanência se torna transcendência. Essa função de interferência própria da imaginação criadora age também nos relacionamentos humanos, naturais e culturais, em ambientes específicos, quando se geram imagens de si próprios e imagens das outras pessoas, que se inserem no interior da racionalidade inteligível, comportando-se esta como abstração apreendedora de relações, imagens interativas, compartilhadas e interdependentes. Ainda é possível se verificar a ação da inteligência humana ao propiciar a relação objeto-objeto, da qual entendendo tal encontro simbólico de imagens, passa a compreender seu fluxo possível de interligações produtoras do conhecimento verdadeiramente possível. Esses processos geradores de conhecimento chamamos de abstração ou apreensão.

17. Banco de Imagens

Imagens são dados ou informações simbólicas ou representações mentais interpretadoras da realidade interna ou externa da consciência humana, atuando pois como uma moeda de valor psicológico e ideológico muito grande cujo banco armazenador de seu conteúdo imaginário é a racionalidade dentro da qual realizam-se ocorrências psíquicas reais ou irreais, racionais ou irracionais, conscientes ou inconscientes, identificadas como fenômenos da mente. Tais fenômenos se nos apresentam desenhados ou configurados em forma de símbolos, que são a voz da imagem, seu discurso imaginário e sua linguagem de abordagem representativa ou interpretativa dos acontecimentos interiores ou exteriores relativos à consciência do homem e da mulher. Deste modo, portanto, as imagens, como “fatos mentais”, têm um significado precioso, de valor agregado, cuja importância reflete o nível de possibilidade de construção e compreensão do conhecimento verdadeiramente possível.

18. Armazém de Imagens

A Consciência humana, logo, é o banco armazenador de imagens, arquivos simbólicos que representam ou interpretam a realidade de dentro e de fora da mente, que, então efetua o processo dinâmico de abstração desses símbolos e apreensão dessas imagens, depositando-as na caixa da razão, compreendedora desses fenômenos mentais, arquivando-os com efeito em seu armazém de ambientes imaginários, ideológicos e psicológicos. De fato, as imagens significam operações sensíveis e inteligíveis que ocorrem dentro do eu, depósito da mente humana, caixa de moedas imaginárias de valor importante, arquivo de capitais simbólicos e armazém dos produtos gerados pelo poder da imaginação no interior da consciência.

19. Mercado de Imagens
O Intercâmbio de relações imaginárias

A Vida humana é imagem e um troca-troca permanente de imagens, que se misturam umas com as outras, como significantes que produzem significados referentes à realidade interna e externa de indivíduos e grupos, comunidades e sociedades, em um constante relacionamento de convergências e divergências simbólicas, onde se juntam e se unem a fim de entender a natureza e compreender o universo, viver o dia a dia da existência cotidiana interpretando os fatos e representando os acontecimentos diários, deste modo ajudando o ser humano em geral a pensar, conhecer e discernir a realidade que o cerca, e intervir nela, interferindo em seu processo temporal e histórico, real e atual, causando-lhe progresso material e espiritual, bem-estar físico e mental, crescimento econômico e financeiro, evolução social, política e cultural, sempre em um contexto ambiental de desenvolvimento, o que proporciona ao conjunto da humanidade um certo otimismo, alto astral e auto-estima elevada. Desta forma, o homem e a mulher passam a viver de bem com a vida, amigos e generosos, fraternos e solidários, um com o outro.

20. A Realidade não é imaginação

A coisa-em-si, ou o fenômeno real propriamente dito, não se identifica com o fluxo imaginário de nosso pensamento imaginativo, que, loucamente, produz um complexo de símbolos e imagens dentro de si mesmo, que na verdade não tem nada a ver com a experiência concreta da realidade sensível cotidiana.
O cotidiano, fértil e fecundo, é a voz e a vez da realidade em si, de si e para si, que, com a consciência humana, tem uma relação direta, interativa e compartilhada, interdependente, vital e necessária, ainda que ambos não se identifiquem, tenham seus mundos próprios, excluam-se em seus universos específicos, todavia sem ignorar que possuem cada qual, um relativo ao outro, uma conexão indispensável, uma união indissolúvel, uma unidade de comunhões participantes e plurais, um intercâmbio de comunicações necessariamente vitais para os dois, consciência humana e realidade cotidiana.
Embora mantenham entre si uma correlação de forças e energias interdependentes, é óbvio que cada um possui sua manifestação própria, seu universo de discurso específico, seu mundo isolado um do outro.
Mesmo independentes são porém interdependentes.
Embora isolados, contudo têm uma relação vital e necessária, dependem um do outro, não sabem viver separados, possuem uma conexão de vida indispensável, um relacionamento sexual certamente produtor de novas possibilidades para o conjunto da sociedade e da humanidade.
De fato, consciência e experiência, pensamento e realidade, teoria e prática, razão e concreto, mantêm sempre um relacionamento interdependente embora cada qual possua seu próprio mundo independente.
Outrossim, vale lembrar que a realidade concreta ou a experiência cotidiana não é caos nem é morta, fria e inanimada, mas sim na verdade um efeito positivo do inconsciente coletivo gerador de seu fluxo de concretudes lógicas e de seu complexo de pensamentos reais e práticos, visto que são as atividades humanas que constituem essa mesma realidade, depois transformada em inconsciência coletiva, embora a consciência que a produz seja lógica e ordenada, disciplinada e organizada, racional e consciente.
Assim a realidade também pensa e o concreto igualmente possui sua racionalidade própria consequência clara e evidente da lógica transformadora dessa mesma realidade conexa, vital e interdependente, necessáriamente relacionada entre si, no conjunto de seus fenômenos reais e pensantes, lógicos e concretos, teóricos e práticos, reais e racionais, conscientes e experientes.
Ainda assim ambos mantêm seus universos próprios.

21. No fundo da realidade,
o imaginário

Quando, em Copacabana, às 5 horas da tarde, ocorre um choque ou uma batida entre 2 automóveis no meio da rua; ou uma bala perdida atinge uma criança no Rio Comprido ou na Tijuca; ou acontece um assalto seguido de homicídio na Avenida Brasil perto de Bonsucesso; ou um movimento de greve dos trabalhadores do Metrô do Rio paralisa as ruas e avenidas do Centro da Cidade às 6 horas da tarde: em todo esse processo de ocorrências reais da experiência cotidiana existe um fundamento imaginário, uma base de racionalidade humana produtora desses acontecimentos, um pensamento ativo que proporcione esses fenômenos do dia a dia que essencialmente são sustentados pela força da imaginação do homem e da mulher, geradora das energias reais e atuais, temporais e históricas, locais, regionais e globais, que conscientemente ou não atuam na produção desses fatos concretos, resultado pois da interferência humana dentro dos acontecimentos de cada dia.
Basta portanto analisar os acontecimentos acima sugeridos para se verificar que por trás dessas ocorrências reais e cotidianas há certamente a intervenção humana propiciando suas manifestações na realidade concreta do dia a dia das pessoas que vivem e convivem em sociedade neste mundo em que vivemos.
Com efeito, no interior da realidade há uma racionalidade.
Dentro da experiência concreta da prática cotidiana existe e insiste uma consciência humana, ou podemos chamar de “inconsciente coletivo”, definidor das práticas do dia a dia e determinador das ocorrências diárias, fruto, efeito e consequência é claro do movimento de relações humanas realizadas cotidianamente na rua e no supermercado, na família e no trabalho, na escola e no hospital, no botequim e na padaria, na farmácia e no jornaleiro, no dia a dia das pessoas que interagem e se comunicam efetivamente através do fluxo de silêncio e palavras, som e vídeo, símbolos e imagens textuais, sonoras e imaginárias, configurando assim o cotidiano, repleto de atividades humanas transformadas em operações reais, cuja identidade pode ser chamada de “inconsciente coletivo”.
Obviamente, o “inconsciente coletivo” é uma racionalidade social, ou um imaginário comunitário, ou uma consciência plural, variada e diversificada, distribuida em momentos humanos de atividade consumida pelos mesmos seus agentes produtores, uma situação tal que revela como o homem e a mulher, no fundo, no profundo de suas manifestações cotidianas, intervêm nesses fenômenos do dia a dia, interferem pois em suas circunstâncias reais e racionais, conscientes e experientes, subjetivas e objetivas, pensantes e acontecentes.
Tal conscientização real ou racionalização do cotidiano preferimos denominar de “inconsciente coletivo”.

22. A Realidade é Imagem

A Realidade humana, natural e universal, social e cultural, política e econômica, não é imaginária é verdade, contudo é imaginativa, ou seja, é feita de um movimento de imagens que se interconectam, se relacionam entre si, interagem e compartilham interdependentemente de suas formas e conteúdos simbólicos, de modo textual, sonoro e visual, articulando o silêncio e o barulho das palavras, teorias e ideologias que se concretizam cotidianamente a fim de gerar o processo de globalização das sociedades humanas espalhadas pelo mundo inteiro, o que lhes propicia progresso material e espiritual, evolução física e mental, crescimento interior e exterior, e desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades naturais e culturais, buscando sempre outras, boas, novas e diferentes alternativas de vida e trabalho, saúde e educação, geradoras de bem-estar social, político e econômico, bom convívio com o meio-ambiente natural e ecológico, bom relacionamente entre as pessoas, grupos e indivíduos que mantêm entre si um estado de vida positivo e otimista, produtor da cultura do bem e da paz, e de uma mentalidade baseada na bondade e na concórdia entre as comunidades humanas, o que transforma a convivência humana em um ambiente mais gostoso de se viver e existir, mais saudável e agradável, mais amigável e favorável à construção de um clima mais amigo e fraterno, solidário e generoso no interior da humanidade.
Desse modo, o movimento de imagens interativas produz e é produzido critica e dialeticamente, eustática e insofismavelmente, pelo fluxo de relações sociais e pelo complexo de relacionamentos humanos, que definem assim o modelo de sociedade em que vivemos e determinam subjetiva e objetivamente sua configuração interna e externa e seu processo articulador de uma boa realidade humana e cotidiana em que é possível existir com qualidade de vida sustentável, excelente nível de conscientização moral, existencial e espiritual, e perfeito processo produtivo de trabalho e organização dos membros de uma certa coletividade humana.

23. O “Inconsciente Coletivo”

A Síntese que fazemos em nossa racionalidade do conjunto dos fenômenos e conteúdos da inteligência pensante, discernente e cognoscente, oferecendo-nos então uma visão global e diferencial da realidade social, política, econômica e cultural em que vivemos, eis pois o “Inconsciente Coletivo”.
Trata-se de resumir em nós, por nós, de nós e para nós, o que se passa na “mente” da realidade que nos cerca, ao nosso lado e em torno de nós, de tal modo que possamos olhá-la sinteticamente, com suas idéias e ideais mais comuns a todos, cercados de símbolos e imagens, valores e vivências, intenções e interesses, que na verdade nos ajudam a entender e compreender nosso estado de vida social, nosso compromisso ético e político, nossa responsabilidade econômica e financeira, nosso desejo humano de saúde pessoal e bem-estar coletivo, nossa necessidade de construir uma sociedade mais justa e fraterna, ordeira e pacífica, solidária e transparente, generosa e construtora de bons conhecimentos e experiências, bons sentimentos e comportamentos, bem adequados à nossa maneira otimista de perceber as coisas.
Nesse sentido, o “inconsciente coletivo” nos ajuda a colaborar para o progresso da sociedade e o desenvolvimento da humanidade.
Compreendendo a mentalidade coletiva, a racionalidade social e o imaginário comunitário temos mais e melhores condições de trabalhar bem para o bem de todos e cada um.

24. Alguém pensou,
e tudo existiu

Existe uma Razão no universo que dá existência aos seres e a todas as coisas ?
Há uma Inteligência na natureza que possibilita, origina e constitui todos os objetos, os seres e as criaturas ?
Insiste na criação Alguém que define a ordem natural das coisas e determina o movimento e o repouso de todos os seres que habitam o Globo Terrestre ?
Acredito que sim.
O Pensamento antes, e a realidade depois.
A Racionalidade humana produz e consolida a experiência cotidiana.
Nossa mente é a fonte dos fatos e a base dos acontecimentos.
Para existir alguma coisa, é necessário que alguém pense essa coisa anteriormente.
Logo, o nosso pensar é a causa da nossa realidade interior e exterior.
E acima de nós está a grande Razão Suprema e Superior a tudo e a todos, que nos “pensou” e nos deu ser e existência, nos propiciou um corpo material e espiritual, uma mente de idéias, valores e intenções, e uma alma imortal, eterna, perpétua e infinita, capaz de um dia estar diante do seu Criador e Autor da Vida desde que é óbvio tenha tido uma vida boa, feito um pacto com o bem e a paz, praticado a justiça e o direito entre nós, usado o juizo e o bom-senso em seus atos, atitudes e comportamentos, vivido o amor pelos seus semelhantes e sobretudo louvado e glorificado o Senhor Deus no meio de nós.
Com efeito, a realidade é constituida por pensamentos gerados antes da experiência concreta dos fenômenos cotidianos.
Pensando o real, o real torna-se racional, a inteligência se concretiza e a consciência se transforma em prática de valores e vivências, intenções e interesses que configuram a sociedade humana.
Assim, aquela cadeira ali diante de mim, foi resultado de um projeto do pensamento de alguém, que ao pensar a cadeira deu-lhe ao mesmo tempo existência, a partir de objetos materiais como a madeira, o verniz ou a tinta que pintou a cadeira, o serrote e o formão que serraram e formataram a madeira, o papel de desenho que planejou a execução dessa mesma cadeira.
Portanto, a realidade é fruto do pensamento.
Penso, por isso tenho existência.

25. Não imaginemos a realidade

Pensamento, realidade e imaginação têm mundos diferentes embora muitas vezes interconexos e interdependentes.
Realidade são os acontecimentos atuais, históricos e temporais vistos a partir de si mesmos.
Pensamento não é imaginação.
Pensar é algo racional, inteligente, quase sempre lógico, e poucas vezes dialético.
Imaginar é uma articulação de idéias, símbolos e imagens desconexas entre si, indefinidas e irreais, inconscientes e indeterminadas, irracionais e desordenadas, indisciplinadas e desorganizadas dentro de nossa atividade mental.
A Realidade em si não precisa ser imaginada pois ela existe independentemente dos pensamentos lógicos e das articulações imaginárias, tem seu mundo próprio, seu universo específico, caótico, diverso e variado, diferente e independente, indefinido e indeterminado, plural, global e diferencial, atual, temporal e histórico.
Por isso, não imaginemos a realidade, do contrário cairemos na loucura da mente ou na demência da consciência, fugiremos do tempo e nos isolaremos da história, adoeceremos na desrazão patológica, na aberração doentia, na enfermidade inconsciente ou na moléstia irreal e irracional.
Sejamos realistas.
Pensemos, antes de realizarmos nossas tarefas cotidianas.
Contudo, não deixemos que a imaginação nos feche, prenda ou aprisione, excluindo-nos do tempo ou alienando-nos da história.
Sejamos reais.

26. Imagens que se produzem
e realidades que se manifestam
Conflitos e Interatividades

Imagem não é realidade.
As imagens pois que nascem em mim não tem nada a ver com a realidade cotidiana.
Podem parecer reais, ou ainda recordar a experiência cotidiana, todavia são produtos da imaginação humana e seu fluxo natural de possibilidades e seu complexo cultural de tendências e alternativas.
De fato, podem representar algum fenômeno real ou objeto ou mesmo fato ou acontecimento cotidiano, contudo sua origem é a imaginação do homem e da mulher, que trabalha construindo representações mentais que podem ou não se identificar com a prática de cada dia.
As imagens e símbolos que aparecem na minha consciência portanto possuem originalmente uma relação direta com a minha imaginação e indireta com os fatos do dia a dia da nossa vida.
Nem sempre pois minhas imagens em mim são reais, ou pertencentes ao cotidiano, ainda que aparentemente possam se referenciar ao meio-ambiente em que vivo.
Minhas imagens em mim, logo, podem ser minhas ou do cotidiano, internas ou externas, mas sua produção é de origem imaginária, se inicia interiormente, através da minha própria capacidade e potencialidade de criar imagens, reais ou irreais, racionais ou irracionais.
Cabe a nós, seres inteligentes, conscientes e racionais identificar o valor, a qualidade e a importância de cada imagem, relacionando-a com todas as imagens que se geram em mim, dentro de mim e fora de mim, de mim e para mim, a partir do poder mental que possuimos de diferenciar a realidade da imagem construida no meu eu da realidade cotidiana que serve de fundo para a mesma produção e constituição, consolidação e estabilidade dessas imagens no interior de mim próprio.
Portanto, a imagem pode ser real ou imaginária, entretanto sua origem é a mente humana, produtora de imagens ou reprodutora da realidade.
Por conseguinte, temos a realidade da imaginação e a realidade da experiência cotidiana.
Façamos a devida diferença entre as duas.
Desse modo, saberemos determinar a origem das imagens na nossa consciência.

27. PIA
Princípio da Imaginação Alienante

Outro dia, durante a tarde, fui a uma LAN HOUSE na Tijuca, e ao chegar lá, por volta das 17 horas, encontrei aquele clima turbulento em sua parte interna, onde o barulho de rádios online e músicas virtuais se chocavam com o bate-papo ensurdecedor dos internautas e a gritaria dos companheiros de internet, criando então um ambiente aparentemente alienante, ou fazendo daquela mesma realidade de confusão de palavras e complicações imaginárias uma verdadeira atividade alienadora do cotidiano comum das pessoas que vivem e convivem em sociedade neste mundo em que existimos.
Havia cerca de 30 indivíduos no interior daquele estabelecimento de conexão com a internet.
Além do quadro musical extravagante que achei, muitos ali, jovens e adolescentes, jogavam games, acessavam redes sociais como o Orkut, o MySpace, o Facebook e o Twitter, ou enviavam emails para os seus amigos, ou mergulhavam em sites e blogs, todos completamente conectados, ao ponto de não perceberem de fato na verdade quem estava do seu lado ou ao seu redor, parecendo inconscientes em meio a tantas conexões, quase que totalmente alienados do real pois seu mundo lá agora era justamente o irreal e o irracional, o fluxo imaginário de idéias e atitudes circunstancialmente fora de si, como se estivessem em uma “outra” realidade, desligados do dia a dia cá fora, imersos naquela situação de sonhos e fantasias misturados com relações cibernéticas e interatividades digitais, compartilhamentos eletrônicos e ambientes virtuais, o que de certo modo me fazia refletir dentro de mim próprio: “Esses caras, totalmente apagados da realidade, ausentes do cotidiano, fora de si, mergulhados em turbulências alienantes e ambientes alienadores, teriam de fato consciência do que estão fazendo nesse instante quase final da noite de um fim de semana frio aqui no Rio de Janeiro ? E suas famílias, e seus empregos na sociedade, e seus relacionamentos diários, e o seu dia a dia como estavam e como seriam ?
Segundo as estatísticas recentes do IBGE, essas pessoas sofriam do PIA, Princípio da Imaginação Alienante, que caracteriza comumente uma situação patológica, em que a imaginação do sujeito em exercício ativo e conflitante se torna doentia, ao ponto de cair na loucura da alienação da realidade da experiência cotidiana, fazendo o indivíduo ou o grupo submetido às suas demências imaginárias “voar” e ignorar o atual e real ambiente em que vive, isolando-se da família, fugindo dos seus relacionamentos diurnos e noturnos, escapando do seu dia a dia, mergulhando pois dentro de si mesmo, e acabando por esquecer o que se passa no momento fora de si, alienado por completo pois das condições reais do mundo lá fora.
O PIA atinge muita gente.
Não somente nas LAN HOUSEs da vida, como também no dia a dia da sua família ou do seu trabalho, às vezes andando sozinho ou acompanhado pela rua, ao pegar o ônibus ou o metrô, ao assistir um programa de televisão ou escutar as notícias do rádio, ao trabalhar no computador ou acessar a internet, ou até conversando com colegas mas não dialogando com eles, ou junto com amigos todavia não unidos a eles, ou ao lado das pessoas porém sem conscientizar-se de que elas estão ali ao seu lado e ao seu redor, vivendo-pois alienados de si mesmos, alienados da realidade em torno de si, alienados do mundo e da sociedade em que estão.
Na maioria das vezes, o PIA se transforma em doença mental, em enfermidade física e até moléstia espiritual.
Devemos acordar para essa realidade quase sempre patológica em nosso dia a dia existencial.
Saber medir as coisas.
Manter o equilíbrio necessário.
Usar o bom-senso em meio a essas ocasiões.
Controlar-se.
Dominar-se a si mesmo.
Sobretudo rezar e pedir a Deus que o ajude nessa hora grave e difícil.
Voltar à realidade.
Reviver o seu cotidiano.
Redescobrir o seu dia a dia interior e exterior.
Interar-se dos fatos concretos e dos acontecimentos de cada dia.
Enfim, retornar à vida, e existir de verdade.
Dessa maneira, fugiremos do PIA.
Caiamos pois na real.

domingo, 29 de novembro de 2009

Serão os Deuses Internautas ?

Serão os Deuses Internautas ?

O Mundo dos Astros que estão sobre nós e a nossa volta certamente viverão em um universo cibernético cuja natureza internáutica deve respirar um ambiente virtual produzido por sistemas eletrônicos e entidades digitais ?
O Futuro das Estrelas Supremas e dos Cometas Superiores será movido pelo intercâmbio de conteúdos em forma de pastas e arquivos que interagem entre si, compartilhando mutuamente as suas idéias, valores e experiências ?
Como será o amanhã ?
Viveremos mergulhados em transferências de documentos, sons, fotos e vídeos que cooperam entre si e colaboram para a saúde natural e universal da Via Láctea e o bem-estar de suas criaturas lunares e solares ?
Seremos os deuses do futuro ?
Seremos os senhores do amanhã ?
Faremos da internet uma rede de comunicação de sucesso ou uma teia de interações recíprocas produtoras desse mundo virtual livre regido pelas regras sem medidas da liberdade ?
Quem seremos nós, afinal ?
Computadores ambulantes conduzidos pela Robótica dos circuitos integrados que nascem de sua inteligência artificial gerada por elementos, sistemas e estruturas nanotecnológicas ?
Creio que sim.
Seremos máquinas pensantes ou cérebros eletrônicos ou inteligências virtuais ou racionalidades digitais.
Seremos motores mentais e processos racionais que inventam o mundo virtual governado pelos deuses do universo sideral e pelos senhores da natureza cósmica dos astros em permanente evolução consciente, livre e responsável.
Seremos robôs cerebrais construindo com respeito, otimismo e equilíbrio a ordem do universo e a justiça dos seres humanos transformados em metamorfoses cibernéticas e em movimentos internáuticos.
Oh, deuses do além, reinai sobre nós, e governai com sabedoria as nossas coisas humanas e naturais que hoje evoluíram para a consciência do cosmos, a vivência das virtudes éticas e espirituais e as experiências das divindades eternas, supremas e superiores que se escondem no alto das alturas dos Céus Infinitos.
Sim, seremos a vida da internet.
Seremos redes de computadores em movimento constante.
Seremos uma grande teia de interatividades móveis, críticas e dialéticas, transformadora de criaturas fracas em deuses firmes e fortes, salvadores da natureza e redentores do universo.
Então, Deus será o Senhor dos deuses criados por sua inteligência suprema e razão superior.
E nós felizes para sempre.
Felizes por sermos eternos internautas.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Ser Nômade

A Moda agora
é ser Nômade

Neste início do século XXI, com os efeitos da globalização espalhados por todas as regiões do Planeta, as novas descobertas da ciência e as diferentes opções de tecnologia a nossa volta, as ações de respeito ao meio-ambiente com sua responsabilidade social, cultural e ecológica, a abertura a uma outra mentalidade acerca da natureza e do universo, do tempo e da história, a renovação das culturas diversas distribuídas em nossos ambientes locais, regionais e globais bastante variados, a divergência de opiniões, sentimentos e atitudes que fazem a consciência humana se autodescobrir, ter uma visão da realidade mais abrangente e uma interpretação dos seres e das coisas mais crescente e evoluída, além das mudanças ideológicas e psicológicas que atingem as instituições e estruturas políticas, sociais e econômicas, tudo isso, enfim, vem colaborando para a mobilização permanente hoje observada na vida do homem e da mulher, que convivem então com uma verdadeira transformação de suas idéias e ideais, símbolos e valores, imagens e virtudes, vivências e experiências, e com uma transparente metamorfose no seu modo de ser, no seu jeito de pensar e na sua maneira de existir individual ou coletivamente.
Sim, a humanidade está aqui e agora mais nômade.
Movimenta-se mais e melhor.
Procura constantemente sair do vazio das rotinas diárias e da tradição de valores preconceituosos e práticas supersticiosas.
Vivemos a mudança permanente.
Descobrimo-nos mutáveis, mobilizados em direção às modificações do nosso caráter pessoal e da nossa personalidade específica.
Estamos de fato alterados.
Fugimos todos os dias do sedentarismo.
Queremos movimento.
Desejamos mudança.
Conscientes dessa realidade, operamos as nossas transformações no trabalho e na família, na rua e no supermercado, no restaurante e no shopping, na padaria e no botequim, na farmácia e no jornaleiro.
Para isso, contribuem efetivamente a dinâmica dos programas de televisão e as notícias e músicas que ouvimos pelo rádio, ou mesmo as nossas atividades no computador trabalhando ou não na internet, ou ainda a possibilidade de comunicação oferecida pelos telefones celulares.
Seja na escola ou no hospital, na igreja ou na rua, no comércio ou caminhando pelas praças e avenidas da Cidade, ou batendo papo ou discutindo com os vizinhos e amigos do bairro, estamos sempre mobilizados, andando devagar ou apressados, perambulando aflitos ou sossegados, nos locomovendo tristes ou alegres, medrosos ou com coragem, deprimidos ou desanimados.
Todavia, estamos sempre em movimento, saindo do lugar, mudando de tempo e de espaço, realizando alterações na vida de cada dia e de toda noite.
Parece até que a moda agora é andar, caminhar, fazer mudanças em si e nos outros, ser nômades, movimentar o nosso convívio em sociedade, assumir atitudes mutáveis uns em relação aos outros.
Talvez quem sabe seja esse o sentido da vida.
A Razão do nosso existir em comunidade.
Sim, somos uma sociedade dinâmica cujo motor desse processo aberto de mudanças polivalentes são os nossos desejos humanos e as nossas necessidades naturais e culturais, hoje bem desenvolvidos entre nós.
Com efeito, somos processo.
Um processo aberto construtor de novas tendências e diferentes possibilidades.
Essa hoje a nossa vocação.
Fomos feitos para a mudança.
Somos movimento.
Tal é a nossa verdade neste momento.
Que saibamos nos conscientizar dessa realidade e possamos assim operar as transformações reais, atuais e vitais para a nossa existência em sociedade aqui e agora.
O nosso destino é a metamorfose.
Somos metamorfoses ambulantes.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fazer Silêncio

No meio do silêncio,
um grito

Hoje, acordei disposto a me calar, a não falar com ninguém, a não soltar a voz em defesa de alguém ou em seu benefício.
Quero silenciar.
Ouvir o que o silêncio tem a me dizer.
Quem sabe os passarinhos cantem para me ensinar que a música é amiga da vida e da arte.
Ou talvez as violetas me manifestem o seu odor de viúvas negras querendo me iluminar com o seu odor de cemitérios ambulantes.
Ou pode ser que os bombons de chocolate que tenho aqui em casa me digam que a realidade precisa de energia capaz de fortalecer os fracos e levantar os deprimidos.
É possível ainda que o bife a rolé com batatas que hoje irei comer me ajude a entender que o silêncio é como os alimentos que gostam de ocupar os nossos espaços vazios na barriga para que não sintamos falta do nada que nos amedronta e das coisas ocas que nos afligem e fazem desesperar.
Ou também pode acontecer que o próprio silêncio igualmente se cale a fim de que as pérolas azuis da nossa consciência nos falem dos compromissos diários que temos e das responsabilidades que não podem estar ausentes do nosso cotidiano.
Ou será que a voz dos que se calam é mais forte que o barulho dos ventos, mais quente que o fogo do sol, mais brilhante que a luz da manhã, mais saudável que o suco de uva que ocupa as ausências do gelo da minha geladeira e perfuma a noite do frio e embeleza com vida as minhas interioridades ardentes que incendeiam como o fogão da cozinha ou as brasas calorosas do verão carioca.
Hoje, quero sentir o silêncio, e tentar descobrir o que ele aqui e agora tem a me dizer.
Irá ele ordenar as minhas idéias que se complicam e se confundem umas com as outras diante dos gritos das ruas e das fofocas dos vizinhos e dos trovões e tempestades que ocorrem nas adjacências dos supermercados aqui perto ?
Pode ocorrer o fato do silêncio gritar dentro das nossas cabeças enlouquecidas pela irrealidade da imaginação ou da irracionalidade dos nossos pensamentos que ainda não surgiram.
Dizem até que calar é mais barulhento que as palavras que saem da nossa boca.
Porque nesse conflito interno e nessa bagunça de símbolos e imagens interiores que se chocam alguém quem sabe decide se manifestar e gritar bem alto que nossas ausências estão pedindo paz, a calma da alma e a tranqüilidade do espírito.
Só sei que há muito tempo tenho escutado o grito do silêncio dentro de mim pedindo-me insistentemente uma chance para sobreviver ou uma oportunidade para expressar a sua voz delirante clamando por vez em nossas vidas de cada dia e de toda noite.
Espero que alguém, não só eu, deixe o silêncio gritar, os vazios do ego se manifestarem e os nadas da existência fazerem o barulho necessário para que todos acordem de seus sonhos metafísicos e abram-se de vez ao discurso dos que se calam para que Deus fale e a vida grite os segredos da realidade e vocifere os mistérios do ser, do pensar e do agir.
Sim, hoje quero escutar o silêncio.
Pode ser que ele descubra algum problema que ainda não percebi, ou me revele que as avenidas da vida estão cheias e cansadas das cargas pesadas dos que não têm tempo para si mesmos, ou talvez mesmo não puderam se encontrar, ou se apagaram da existência através dos pesos da consciência e das contradições diárias que a realidade sempre nos apresenta.
Talvez o silêncio me conte uma história de onde eu possa tirar uma lição de vida.
Ou narre para mim a minha jornada pela Terra até agora e torne a partir de então a minha caminhada dentro da sociedade tão elegante como as passarelas da moda de Paris, de Roma ou de Berlim, ou tão elevada como as montanhas que cercam o Rio de Janeiro, ou tão excelente como as jóias das princesas de Lisboa, ou tão preciosa como as pérolas vermelhas e azuis dos colares e brincos da Rainha da Inglaterra.
Pode ser.
Mas ainda prefiro as minhas ausências do ser, os vazios aquecidos do meu pensamento sempre fértil, fecundo e profundo, ou os nadas nadantes da minha consciência ocupada pelos barulhos das idéias que se criam em mim misturadas com as imagens do meu eu inquieto, instável e inseguro.
Só assim consigo escutar a voz do silêncio e seu grito de liberdade me pedindo uma chance de felicidade e uma oportunidade de saúde mental e bem-estar social, cultural e ambiental.
Decidi.
É deste modo mesmo que eu quero ficar.
Contemplando as minhas carências afetivas e vislumbrando as minhas ausências ocupadas pelo barulho do nada e pelos gritos do vazio.
Então silenciei.
E logo ouvi um grito.
Senti que era o grito de Deus.
Deus tentava sobreviver.
Aí sim acordei.
Acordei escutando o divino em mim.
E fiquei mais humano.
E me achei mais bonito.
E me tornei mais grande.
E virei um gigante.
Nesse silêncio gigante,
me encontrei com Deus.
E dormi.
E descansei em paz.